Houve outrora em Gondolin um joalheiro chamado Enerdhil, o maior mestre dessa arte entre os noldor depois da morte de Fëanor. Enerdhil amava todas as coisas verdes que cresciam e seu maior deleite era ver a luz do sol através das folhas das árvores. E nasceu em seu âmago a idéia de confeccionar uma jóia dentro da qual ficasse aprisionada a clara luz do sol, porém tal jóia deveria ser verde como as folhas. E a confeccionou, e os noldor ficaram maravilhados com ela. Pois é dito que quem olhasse através dessa gema via coisas envelhecidas ou queimadas novamente curadas ou como se estivessem em plena juventude e que as mãos de uma pessoa que a portasse curavam os males de todos aqueles que eram tocados. Enerdhil deu esta jóia a Idril, a filha do rei, e ela usou-a sobre o peito; deste modo foi salva do incêndio de Gondolin. E antes de Idril partir com Tuor, disse a Eärendil, seu filho: — A Elessar deixo contigo, pois há feridas dolorosas na Terra-média que possas, talvez, curar. Entretanto não deverás entregá-la a ninguém. — E, na verdade, no porto nas Fozes do Sirion, havia muitas feridas para curar, tanto de homens quanto de elfos, e de animais que para lá tinham fugido do horror do Norte. E enquanto Eärendil viveu ali todos foram curados e prosperaram, e durante algum tempo tudo ali prosperou e cresceu verde e belo. Mas quando Eärendil iniciou suas grandes viagens pelos mares passou a usar a Elessar no peito, uma vez que entre tudo o que buscava nunca abandonara o pensamento de que pudesse reencontrar Idril; e sua primeira recordação da Terra-média era a pedra verde sobre o peito dela, enquanto cantava inclinada sobre seu berço, estava Gondolin ainda em flor. Foi assim que a Elessar desapareceu quando Eärendil não mais retornou à Terra-média.
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Colecção: Textos Diversos
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A Elessar - Um Manuscrito Perdido
O Verso do Anel
Os Aneis do Poder
Quenya
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