" QUANDO a fatalidade e a desgraça nos oprimem, não falta quem venha parano-los fazer compartilhar, se a miséria não quebrou positivamente o prestígio dos nossos antigos haveres. Embora houvesse sofrido esse peso formidável, a baronesa Danglars reunia ainda em sua casa os principais cavalheiros do Gand e tinha o prazer de ouvir nomear as suas salas em Paris, como as que melhor sabiam receber e acomodar, durante algumas horas, todos esses ímpios elegantes do pano verde. O espírito de orgulho e ambição da baronesa Danglars, a sua figura esbelta e o seu rosto um pouco pálido, onde brilhavam dois belos olhos negros, não era o que menos atraía a numerosa concorrência às suas salas. Aos que vivem de comoções fortes, nunca desagrada uma mulher como a baronesa Danglars. As suas risadas de orgulho, o seu gesto determinado e arrogante, mas submisso e meigo quando se deixava vencer, o seu olhar eloquente e sagaz, a sua extrema verbosidade, tudo concorria para que os homens da sociedade a inscrevessem no rol das leoas, apesar de ter passado já a Primavera da vida. Tal era a consideração em que tinham a baronesa Danglars no ano de 1837...."
Título Original: A Mão do Finado
OutrosTítulos:
Ano de Edição: 1854
Etiqueta(s):
Colecção: Alfredo Possolo Hogan - Lisboa 1830-1865
Série(s):
Avaliação interna (1 a 5): 3
Inf. Web:
Ao contrário de muitos escritores franceses, contemporâneos de Alexandre Dumas, Pai, ele tornou-se rico ainda em vida. Tinha leitores espalhados um pouco por todo o mundo e qualquer obra com a sua assinatura era êxito garantido. Portanto nada havia de estranho quando em 1853, surgiu no mercado uma obra, assinada por Alexandre Dumas, Pai, intitulada “ A Mão do Finado” e que fora apresentada como uma continuação de “O Conde Monte Cristo”. O sucesso foi imediato, mas a história por detrás desta continuação é bem diferente.