Ambientado numa atmosfera japonesa, mas com um pé no noir americano, Murakami tece uma história detectivesca onde a realidade é palpável, dura e fria, e seria a verdade de qualquer um, não fosse um leve pormenor: é uma realidade absolutamente fantástica. Um publicitário divorciado, que tem um caso com uma rapariga de orelhas fascinantes, vê-se envolvido, graças a uma fotografia publicitária, numa trama inesperada: alguém quer que ele encontre um carneiro! Mas não é um carneiro qualquer. É um animal que pode mudar o rumo da história. Um carneiro sobrenatural… Murakami dá a esta estranha história um tom que só um oriental pode imprimir a uma crença, fazendo-a figurar como um facto da realidade. Coloca, de uma forma genial, a fantasia na aridez do mundo real.
Título Original: Hitsuji o meguru bōken
OutrosTítulos: Caçando Carneiros
Ano de Edição: 2007
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Avaliação interna (1 a 5): 3
Inf. Web: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ca%C3%A7ando_carneiros
Caçando Carneiros BRA ou Em Busca do Carneiro Selvagem POR (Hitsuji o meguru bōken, no original) é um livro do escritor japonês Haruki Murakami.
A história fala do Japão gélido e impassível do mundo dos negócios: expõe as relações humanas "normais" sendo substituídas por uma atração fetichista por objetos e marcas.
A literatura de Murakami é preparada com um pouco do niilismo pós-industrial japonês, que devassa a vida das gerações mais jovens num país em acelerada mutação. Sai de cena o Japão tradicional, entra o mundo da publicidade e suas as relações mercantilistas.
Lançado no Brasil pela editora Estação Liberdade, vemos aqui um Japão gélido e impassível do mundo dos negócios, das aparências que enganam, da funcio-na-lidade levada às últimas conseqüências, sem esquecer uma penca de personagens solitários em busca de algum carinho.
O fato, aliás, de nenhum dos personagens principais ter nome constitui uma das facetas de uma apurada técnica narrativa em que o autor inova sem fazer alarde. E não é o menor dos méritos que seus recursos sejam de uma eficiência tão grande quanto alguns surpreendentes produtos de sua imaginação: estende aos limites do impessoal um mundo dominado pela mídia, no qual as relações humanas "normais" são substituídas por uma atração fetichista por objetos e marcas.
O relacionamento homem-mulher não passa de um simulacro, um aparato meramente funcional e cabal. Ao mesmo tempo, Murakami deixa sutilmente pairar no ar a questão de manipulações genéticas com fins militares.
Sai de cena o Japão tradicional, entra o mundo da publicidade com seu corolário de mercantilismo exacerbado, que é o mesmo da megalópole freqüentemente sombria em gestação nas mentes e nos corações de personagens urbanos.