Literatura que trata de distopias sempre fascinaram o mundo e a mim. “1984", “Andróides Sonham com Ovelhas Elétricas”, “O Homem do Castelo Alto”, “Jogos Vorazes” etc. fizeram tanto sucesso, que ultrapassaram o limite das páginas. Eis que JUN DO chega as minhas mãos com um subtítulo muito atraente: uma saga de amor, esperança e redenção no país mais fechado do mundo. País esse, a Coréia do Norte e seu regime ditatorial. Então, não estava diante de uma distopia, e sim de uma ditadura que está acontecendo hoje, agora enquanto escrevo essas linhas. A promessa do autor (que ao lermos a costa do livro fica claro que ele fez várias viagens ao país), era de que seria entregue uma trama de, vamos repetir: amor, esperança e redenção. Tudo isso tendo a realidade opressora em que vive a população norte-coreana como pano de fundo. É… tirando o amor e a esperança, ele entrega todo o resto. Confesso que na primeira parte do livro, que tratava de sequestros, quase desisto da leitura pois não conseguia simpatizar com o protagonista, que era o próprio sequestrador. Mas depois a história foi tomando rumos inusitados e aquela realidade opressora foi me oprimindo junto e, então, aconteceu comigo o que todos esperam de um livro que trata de mundos distantes do nosso. Eu consegui imergir nesse universo e viver os personagens. A vida difícil, penosa e completamente perigosa de todos me deixou abismado. É um 1984 tratado de forma real. Sequestros, assassinatos, punições severas, racionamento de comida, toque de recolher, obediência cega, torturas, enganação, tudo parece muito pior do que a literatura distópica já nos mostrou porque tem uma pegada real. Tem drama, morte, tragédia e, acredite, tem até comédia, mas nada de amor ou esperança. A jornada do protagonista é bem novelesca e até fantasiosa demais, e não foi o que me marcou, mas foram os contornos dela que me deixaram abismado, como, por exemplo, a vida dos órfãos, dos pescadores, dos prisioneiros, dos pais, das mulheres, da atriz, dos interrogadores. Diversas vezes torci para que esse romance estivesse cheio de firulas dramáticas bem exageradas apenas para prender nossa atenção, porque se isso tudo for real, não sei mais se conseguirei dormir em paz novamente.



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FICHA TÉCNICA

Título Original: The orphan master’s son

OutrosTítulos: 

Ano de Edição: 2012

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Colecção: 

Série(s): 

Avaliação interna (1 a 5): 2

Inf. Web: https://medium.com/@flavioramosmoreira/sobre-jun-do-de-adam-johnson-b021d5f1b0ee

A jornada de um jovem criado apenas pelo pai, diretor de um orfanato, cuja mãe desapareceu de forma suspeita sob os auspícios do regime ditatorial da Co­réia do Norte. Reconhecido por sua lealdade e pelos instintos aguçados, Jun Do chama a aten­ção dos superiores do Estado, alcança po­sições cada vez mais importantes, até se transformar num sequestrador profissional à serviço do Estado. Para sobreviver, ele aprende a circular em meio às regras voláteis, à violência extrema e às exigências ab­surdas das autoridades coreanas. Mas o destino lhe reservara outra surpresa. Levado ao limite do que qualquer ser humano é capaz de suportar, ele novamente se vê sem opções quando seu principal ri­val passa a ser o próprio ditador Kim Jong Il, que ameaça “roubar” a mulher que ele ama, algo que suspeita, pode ter ligação com o desaparecimento de sua própria mãe.Um livro com três grandes in­gredientes: um suspense de tirar o fôle­go; uma história de inocência perdida, de amor, e também um retrato de um mundo até então oculto: uma Coreia do Norte cercada de fome, corrupção e crueldade, e também de pessoas; de companheirismo e momentos de beleza e amor.

 

Ano de Edição
2010-2019
Gênero
Ficção
País do Autor
Estados Unidos da América
Língua
Português
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