O manuscrito a seguir publicado foi-nos cedido pelo chefe dos guardas da prisão comunal de um lugarejo do piemonte. As notícias incertas que o homem nos deu acerca do misterioso prisioneiro que abandonou este texto numa cela, a névoa em que se encontra envolto o destino posterior do seu autor, uma certa reticência global e inexplicável que descolora e protege o indivíduo que escreveu estas páginas, são fatores que nos induzem a contentarmo-nos com o que sabemos e a termos de nos satisfazer com o que nos resta do manuscrito – um resto roído pelos ratos – base que pensamos sempre permitir ao leitor formar uma idéia da aventura extraordinária deste Umberto Umberto (mas o misterioso prisioneiro não terá sido talvez Vladimir Nabokov, paradoxalmente esquivo como é, e não nos revelará talvez o manuscrito o anti-rosto do proteiforme imoralista?) e, finalmente, extrair destas páginas aquilo que constitui a sua lição oculta – sob os farrapos da libertinagem, uma lição superior de moralidade.
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Ano de Edição: 1980
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Avaliação interna (1 a 5): 2