´Ele nada tinha de pessoal contra mim, exceto o fato de eu me por à guerra política, e me chamou de traidor por não ter ido lutar nas Filipinas. Mas isso não prova nada. Não quer dizer que um homem seja um traidor. Onde está? Somos 75 milhões aprimorando nosso patriotismo. Ele próprio fez a mesma coisa.Seria completamente diferente se a vida do país estivesse em perigo, sua existência em jogo; então esse é um tipo de patriotismo, seríamos todos voluntários ao lado da bandeira, e ninguém iria pensar se a nação estava certa ou errada; mas quando não se trata de qualquer ameaça à nação se divida em torno da questão política, metade patriotas, metade traidores, e ninguém será capaz de distinguir entre eles.´ - Mark Twain



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FICHA TÉCNICA

Título Original: Mark Twain's Weapons of Satire: Anti-Imperialist Writings on the Philippine-American War

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Ano de Edição: 1992

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Avaliação interna (1 a 5): 3

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Uma redescoberta oportuna de Maria Sílvia Betti A condição de inegável celebridade de Mark Twain sempre contribuiu, ironicamente, para que seus escritos antiimperialistas fossem, como ocorre ainda hoje, relativamente desconhecidos e pouco presentes no campo dos estudos literários e historiográficos. Isso se deve à própria história do destino editorial de seu trabalho após sua morte, em 1910. Seria eufemismo falar-se em omissão ou em mero mascaramento da produção relacionada ao tema do imperialismo e das freqüentes e veementes referências feitas a ele por Mark Twain, principalmente nos últimos 12 anos de sua vida. O termo correto é censura, e a posição de destaque que o autor ocupa no cânone literário norteamericano atesta este aspecto, tornando-o inequívoco sobretudo a partir do minucioso levantamento que vem sendo realizado, há cerca de dez anos, por Jim Zwick, pesquisador e professor norte-americano da Syracuse University a quem se devem as edições críticas e os estudos historiográficos utilizados como base para esta edição. Não há muitos outros escritores na literatura norte-americana a terem alcançado a popularidade de Mark Twain, seja entre a crítica em geral, seja no setor editorial e na indústria da cultura. Homem de múltiplos talentos, Twain foi humorista, ficcionista, jornalista, conferencista, empreendedor comercial, contista e, acima de tudo, crítico das mudanças sociais registradas nos Estados Unidos no período compreendido entre o final da Guerra de Secessão, em 1865, e o início do século XX."

“Eu me recuso a aceitar que a águia crave suas garras em outras terras”, disse Mark Twain em entrevista, comentando a tomada das Filipinas pelo exército norte-americano, referindo-se a um dos símbolos mais conhecidos do país do Norte. Nada podia sintetizar melhor a natureza de seu pensamento, em que as considerações políticas estão inextrincavelmente imbricadas com a ética. Tornou-se ele um militante acendrado contra todos os imperialismos do fim do século XIX e do começo do XX, inclusive o que partia do próprio país natal. Escreveu, deu conferências, publicou relatos de viagens, deu entrevistas incansavelmente sobre o tema a partir da tomada de Cuba pelos norte-americanos em 1898. Foi duramente atacado por isso, considerado traidor de sua pátria e não poucas vezes teve de se defender pelos jornais. Houve até casos de censura de seus escritos, e isso quando ele já era autor consagrado e dos mais conhecidos e louvados no mundo inteiro.  

"Cidadania? Não temos cidadania! Em lugar dela, ensinamos o patriotismo, de que Samuel Johnson dizia, já há 140 ou 150 anos, ser o último refúgio do canalha — e eu sei que ele estava certo. Lembro-me de que quando era menino ouvi repetida muitas e muitas vezes a frase ‘Minha Pátria, certa ou errada, minha Pátria’. Uma idéia absolutamente absurda.". "Quanto à bandeira da província filipina, é um problema de fácil solução. Faremos uma bandeira especial — como já fazem os estados: será igual à nossa bandeira, com as listas brancas tingidas de preto e as estrelas substituídas pelo crânio e as tíbias cruzadas.

 

Ano de Edição
1990 -1999
Gênero
Não Ficção
País do Autor
Estados Unidos da América
Língua
Português
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